terça-feira, 29 de novembro de 2011

REVOLUÇÃO DE 32:A FAZENDA DA BARRA - FORMOSO - VALE HISTÓRICO.

Logo após a irrupção do movimento constitucionalista, a região compreendida entre São José do Barreiro, Silveiras e Cruzeiro-Túnel,por ser divisa com os estados do Rio e Minas Gerais,tornou-se campo de batalha entre os soldados paulistas e os da ditadura.A população civil dessa região portou-se com singular coragem. Na impossibilidade de servir face ao fogo cerrado que vinha do alto dos morros dominados pelos soldados constitucionalistas contra os federais localizados nas encostas, o então subprefeito da localidade de Formoso (pertencente a S.José do Barreiro), dr Ademar felício dos Santos, resolveu transferir e abrigar em sua propriedade,denominada "Fazenda da Barra", distante seis quilômetros do povoado de Formoso, todas as famílias,velhos,mulheres e crianças. Os homens ficaram na cidade tratando de negócios. Os mais jovens foram para a frente.

Os soldados do Governo estabeleceram seu QG no Club dos 200. Com maciço apoio bélico , foram avançando, com dificuldade e morosamente para o sul. conta-se que uma patrulha avançada saiu em busca do dr. Ademar Felício, que era muito estimado alí. Logo que soube da intenção de prende
ê-lo ,uma verdadeira rede clandestina de informações feita pelos paulistas colocou-o a par do que iria suceder. Auxiliado por civis, atravessou brejos e campos alagados, mesmo sendo um homem com saúde precária. Chegou na sede da fazenda, por volta da meia noite. estava bastante enfermo.
Enquanto isso, informações davam conta de que um canhão de grosso calibre, naquela mesma noite, bombardearia a "fazenda da Barra", que no entender dos soldados vindos do Rio, era uma fortaleza paulista. Foi então que dr. Ademar colocou em estado de emergência todas as famílias ali abrigadas. Um abrigo foi feito nos porões da casa, local considerado invulnerável ao passível e iminente bombardeio.

Foi estabelecido e rigidamente cumprido o "black out". Nem cigarro podia ser fumado. Graças a uma senhora suíça, D. Eliza,que estava abrigada em uma outra chacarapouco antes da fazenda e mais próximo ao povoado, o bombardeio não se realizou. Disse ela ao comando das forças cariocas que alí naquela fazenda, somente existiam famílias refugiadas e que o prefeito encontrava-se acamado,em estado grave.Bombardear a fazenda seria um genocídio,teria dito ela.
Uma patrulha foi imediatamente enviada ao local, a fim de constatar a verdade da informação.D. Eliza ficou como refém, e comentou-se que que se os soldados não voltassem, ela seria fuzilada.
Os soldados voltaram...

A RETIRADA
Enquanto ocorriam baixas em ambos os lados e os cadáveres eram sepultados em pleno campo,e outros translados para os cemitérios mais próximos, os paulistas eram obrigados a recuar.

Texto extraído de um jornal antigo.

"Morro Frio" na cidade de São José do Barreiro- SP, local onde as tropas paulistas permaneceram entrincheiradas até o fim da Revolução Constitucionalista.
FOTO: HORA DE PRESERVAR
FOTO: HORA DE PRESERVAR


Um comentário:

  1. oi meu amigo ,esse lugar deve ser protegido pois existe muito mais do que historias,isso ai deve ser declarado patrimônio do brasil,com méritos e horas .woooooo.......

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